sábado, 26 de maio de 2012

Tanta tolice

E havia tanta tolice em seus gestos tímidos,
Tanta vilania em seus gestos soltos.
Havia nenhuma honestidade.
Não, sem sorriso, ia e vinha
Cruel em passos largos sobre almas que vagueiam
Em céus sujos.
Pisa alto, profano, profundo.
Deixando marcas em águas turvas.
Tanta tolice em meio ao caos.
Tanta tolice em promessas nulas.
E as mulas carregando cargas,
E puxando algozes viris em seus açoites.

Havia ou há?
Passado ou sofreguidão de um futuro?
Havia mares a atravessar,
Havia morros a subir...
Há um precipício a cair.
Há 300 em Esparta, esperando para lutar.
Há outros 300 esperando algo chegar.
Há eu, sem nada a acontecer.

Apenas há onde se havia penas.
Tanta tolice em palavras vis.
Tantos sonhos em sal e dor.
Tantos caminhos a ir e tantos outros a voltar.
Vá cru.
Volte cruel.
Há armaduras em ouro,
Há fel no lugar do licor.
Há luz onde houve luto.
Porque sentimentos bons não morrem
E outros tantos que não deveriam nascer...

Enfim, houve amor.
Nasceu o ódio então...
E tanta tolice nesta escuridão!