sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sussurrando

Tem dias que o melhor a fazer é correr para a casa e dormir. Ouvir, ver e sentir pessoas faz mal. É uma dor no peito, é uma sensação de torpor...

Olho pro passado e vejo como me tornei diferente. Um diferente igual, um diferente parecido com o que eu sempre fui. Mas há algo em mim que é novo... Não sei explicar a sensação. É como um presente embrulhado em papel antigo.

O passado está me deixando gradualmente.

Cada dia menos.

Cada dia.

E um sofrimento perene, como uma leve enxaqueca...

Um medo...

Sonhos que se desfizeram tentam renascer. Mas os caminhos que escolho sempre me levam ao mesmo lugar. Talvez eu ainda tenha que aprender a olhar a beleza da solidão para que eu nunca mais me sinta sozinho ao lado de alguém...

sábado, 4 de junho de 2011

Chamas em chuva e pó

"Solidão é uma lava que cobre tudo. Amargura em minha boca, sorri seus dentes de chumbo" (Dança da Solidão - Marisa Monte)


Por toda a dor que tenho sentido, ou pela consciência dos meus medos que tem me tomado em assombro e torpor, ei de usar aqui novamente.

Mas não vou macular a beleza, nem vou demonstrar raiva. Aqui apenas um ombro amigo, um ombro silencioso. Ouvi tantas verdades. Ouvi tantos lados. Ouvi a serenidade. Ouvi a empatia. Ouvi o astuto. Ouvi o certeiro.

Quero ouvir meu coração.

Quero ouvir o silêncio.

Mas ouví-lo me deixará ainda mais confuso.

Quero ter mais certezas dos meus passos. Quero ter a leveza de um sonho e a destreza da maturidade. Oh, que me permitam ser maduro sem mudar minha essência. Que eu aprenda a direcionar minha essência para que eu não destrua meus sonhos.

Que com minha essência eu possa preservar o belo que há em mim.

E que esse belo seja só meu. E que eu possa encontrar a vida novamente e que ela me veja como homem. Que a vida me ensine a não ser a matrona romântica. Que eu aprenda a ser o sedutor. Que eu não seja sufocador. Ou que apenas guarde meus sonhos para os momentos certos. Que eu aprenda a não espalhar meus sonhos sobre a mesa esperando que o vento os leve ao chão.

Não. Não há o que temer!

Ir para a frente. Rumo ao futuro.

Deixar o passado em seu lugar.

Quem não passa vontade, perde o desejo.

E o desejo de viver é o único que não vou me privar.

O resto, o corpo se adapta, a alma se aconchega em si mesma, a alegria no abraço terno dos amigos.

E que eles estejam comigo para eu não perder o desejo de sorrir.

E que eu não me perca nesta busca novamente.

E que eu não me machuque e que se houver sangue, que haja luta.

Se houver luta, que haja glória.

Se houver glória, que seja rodeada de amor.

Amém!