quinta-feira, 12 de abril de 2012

Dança

A alma desnuda o solo.
Pó. Piso. Madeira. Dor.
Respiração profunda em espaço curto.
A alma renova em ossos e sons.
Voz distante inspira e expira nossas dores e lamúrias.
Corpo cria raíz.
Se finca ali no tablado
Como se nada mais existisse.
De repente se nasce.
O horizonte é curto, indistinto.
A vontade levanta o corpo.
Vira o rosto, a cabeça tomba.
Um braço erguido toca o ar, afaga o chão.
Pequenos passos aéreos procuram sustentação.
Palmas voltadas ao céu
Rompantes viram o mundo para baixo.
Novo horizonte em limitação constante.
Tombos. Anseio. Mundo. Cor.
Gira tudo.
Gira mundo.
A alma dança.
Flutua sobre o velho mundo.
Claudicantes.
Pés descalços.
Um passo e outro.
Gestos soltos descobrindo novos lugares,
Vendo novos corpos.
Amadurecimento.
Passos firmes, inalterados caminham desejosos
E os gestos deixam de ser novos.
O mundo fora do corpo fascina.
A consciência vive fora, deixa o corpo
E procura outros corpos.
A alma desnuda outros corpos.
Os olhos se cercam já sem medo
Até seu dono dormir...

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