terça-feira, 11 de outubro de 2011

Eu em ti

Tudo que é voraz, se devora.
Tudo que é intenso, cega.
Tudo que é grandioso, não cabe em si.

Alma pequena.
Alma difusa.

Almas perdidas.
Cegaram-me.
Ensurdeceram-me com promessas vazias.
Com corpos suados e contorcidos.
Agora você vem.
Tem espaço para você em mim.
Tem um buraco para você em mim.
Um abismo desnudo e calmo.

Sou víceras partidas e delegadas à solidão.
Com você não quero ser fraco e nem impreciso.
Quero ser forte e integro.
Quero ser sua alma e seu paladar.
Quero ser seu pensamento mais íntimo e sexo.

Quero partir e voltar.
Quero que você vá.
Vá em mim.
Vá em meu corpo, na sua busca mais árdua.
Você se achará em mim.

Eu em ti.
No silêncio, nas lágrimas e no suor.
Nos campos, vales e na montanha russa.
Cuidaremos um do outro
Pois não podemos perder a alma que nos alegra o dia.
Não podemos perder a alma que nos suspira.
A alma que nos joga no chão, na cama, ao vento.
Não podemos perder mais nada.

Torne-se um só.
Você anda dividido demais.
Você anda fragmentado demais.
Não vou conseguir ser sua alma se estiver tão despedaçado.
Junte-se!
Tenha certeza que não haverá mais perdas.
Não haverá mais explosões.
Eu em ti.
Nada será tão intenso e perene como eu em ti.

Um comentário:

  1. Um outro eu em ti.
    Que lindo!

    Dois corpos entre tantos olhares,
    numa mesma dança,
    numa mesma alma.

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