sábado, 15 de maio de 2010

Traumas

Eu sou uma pessoa que poderia ser cheia de traumas (e não sou?), do tipo "saio batendo em todo mundo e odeio as formigas" mas não sou. As crianças são muito cruéis (conseguem ser mais que os adultos) e com aquela pecha de serem mais sinceros que adultos (da onde surgiu esse mito?) elas tripudiam sobre tudo que é diferente.
Exemplo?
Eu era chamado de gordo-preto-viado o tempo todo, era discriminado pela maioria da classe (menos pelos nerds - que eu discriminava) e sempre que tinha educação física eu era o "café-com-leite" e no máximo que eu fazia era me esconder de trás de braços cruzados na tentativa de esconder meu tecido adiposo.
O que não surtia efeito, porque às vezes falavam "põe ele no gol que tapa tudo". Tapa o caralho!
O gol era maior que eu...
Ah, e também era tachado de tampinha, o que não era muito legal.
Também não me dava bem com meu pai. O que para muitos é normal e também serve como justificativa para meu "desvio da sexualidade". Sou gay mesmo e dai? Não tem nada a ver com meu pai isso... É questão de pele, pelo e cabelo. É questão de voz, cheiro e suor. Sei lá...
Mas enfim, continuando sobre traumas.
Também nunca fui de fazer amigos. Eu era um ostra e a melhor forma de ser melhor do que os outros era ser inteligente... ou no mínimo engraçado... ou no máximo irônico. O que eu até hoje sou... os dois últimos porque eu digo, tenho preguiça de estudar... às vezes, até de pensar...
Bem, também fui filho único até os 10 anos, mas isso não foi trauma. Solucionou um trauma porque eu sempre me senti sozinho e meu único amigo era o Paulinho, meu amigo imaginário... que deixava eu comer todo o lanche dele. Mas meu irmão nasceu doentinho (sopro, alergia ao leite e etc) mas hoje ele está bem, é saudável, irônico e magro... muito magro.
Eu já fui muito gordo... e carrego algumas marcas até hoje (estrias?) o que me deixa um pouco tímido e com um complexo enorme de rejeição. Me sinto o ovo. Um dia faz mal e todo mundo rejeita, no outro faz bem e todo mundo continua rejeitando...
Morava num bairro de classe baixa onde não podia brincar na rua com medo "dos bandido".
Aos 7 fui vítima de erro médico. Aos 14 terminaram de concertar a cagada. Esse trauminha eu ainda carrego... e falo dele com alguma vergonha... mas beleza!
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A gente vai se vivendo!
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Também resolvi minha sexualidade muito tarde, mas como foi de forma gradativa, eu não sofri tanto. Fui me conhecendo, aí eu acho que fica mais fácil viver e escolher e sei lá...
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Mas tudo isso é pra dizer que meus traumas são assim comuns, e é por isso eu amo viver!

Um comentário:

  1. aiiiiii essas lembranças da escola e traumas soa pessimas, mesmo pq eu traumatizei muitas pessoas, eu era ma!
    ainda bem q nao estudamos na mesma escola. ainda bem !

    ^.^

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